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Foto: Three Images - Fonte: Getty Images Brasil |
No
corre-corre do dia a dia temos muitos afazeres: ir para o trabalho,
faculdade, pós-graduação, cursinho de línguas, cuidar da casa,
educar os filhos e tantas outras tarefas, não é mesmo? E um belo
dia quando acordamos, sentimos que a vida se foi, que o mau-humor se
instalou e que o desânimo tomou conta de nós e estas tarefas
parecem ter perdido o sentido. Por que será que isso acontece?
É como
se você tivesse desconectado de suas reais necessidades, daquilo que
você realmente quer. Não digo aqui que dinheiro, casa
arrumada, estar atualizado no inglês e ter filhos saudáveis e
obedientes não possam ser suas necessidades! Mas será que elas são
suas mesmo? Ou será que esse panorama representa aquilo que
você pensa que deve ser? Ficou difícil de entender? Então vamos
lá!
É
possível que em algum momento, você tenha criado uma imagem de quem
deva ser: o bom pai, a boa mãe, o bom trabalhador, o bom estudante.
E cada um destes papéis traz consigo uma série de qualidades das
quais você precisa ter. Aí, começou o problema! Quando olhamos
para nossa vida e descobrimos que devemos
ser muitas coisas. A vida vai se tornando pouco prazerosa quando tudo
o que vivemos tem mais a ver com o que pensamos que deveríamos ser
do que com o que somos de fato. Fazemos um esforço danado para nos
parecermos com aquela imagem que criamos de nós mesmos que... não
tem nada a ver conosco! E assim, ao invés de viver a vida, passamos
a sobreviver, dia a dia.
Mas
espera um instante... sobreviver não é tão ruim assim, é?
Não, sobreviver não é algo tão ruim... Porque sobreviver ainda
significa que você quer estar vivo! Que diante das dificuldades da
vida, você buscou se adequar ao que você tinha de possível. E isso
é bom, sim! E muito! Significa que você escolheu a vida; que você
escolheu continuar tentando, insistindo. Só que com isso, a graça
do viver foi se perdendo... E é possível resgatá-la de volta!
O que
fazer?
Criar momentos de prazer no seu dia a dia. É preciso buscar lá
dentro de você o que você tem vontade de fazer. Vontade real de
fazer... e não apenas vontade de dar um risquinho de “feito” na
sua listinha de afazeres. Que tal ouvir o corpo cansado, que não
quer mais trabalhar? Precisa abandonar o trabalho? Talvez até
precise (cada caso é um caso)... mas se não for possível, será
que uma paradinha para tomar aquele café ou dar uma espreguiçada
não ajudam?
Reconectar-se com a atividade em si também é importante. Lembre-se
daquilo que o motivou a começá-la no princípio. Você desejou ter
um filhinho? Pense no que te motivou a isso. Veja se esses motivos
ainda continuam com você ou se eles mudaram. Descubra qual é a sua
motivação e faça a valer no dia a dia. Em quê sentido a tarefa
que você faz pode te dar prazer?
Sobreviver não é ruim, eu repito. É como se na hora em que estamos
prestes a afundar nos agarrássemos a uma bóia salva-vidas. Ter uma
bóia é excelente, mas será que atrás de você não tem um barco
para te resgatar e te dar liberdade para fazer outras coisas além de
sobreviver? Olhe ao redor, abra os ouvidos e descubra se não é
possível viver e usar suas mãos para algo além de agarrar-se à sua
bóia.
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