sexta-feira, 28 de junho de 2013

Tristeza e Depressão

       
Fonte: Getty Images Brasil
    O termo “depressão” naturalizou-se no nosso vocabulário e com frequência ouço pessoas dizendo que estão “deprimidas” e não mais tristes. O uso de um vocabulário mais médico difundiu-se na sociedade atual e tal fenômeno vale a pena ser discutido com mais dedicação, no entanto, tenho a intenção de trazer reflexões mais específicas, acerca dos transtornos mentais mais comumente referidos de forma descompromissada  pelas pessoas.
            Afinal, há diferença entre estar triste e estar deprimido? Sim!



O que é a tristeza?

            A tristeza é um sentimento natural. É uma reação que faz parte da vida saudável de qualquer pessoa. Eventos nos machucam e isso nos entristece. Algumas vezes, a tristeza é mais intensa e dura mais tempo, em outras, é uma sensação de estar “pra baixo”, mas que logo passa. A intensidade está sempre relacionada com a relevância do evento que desencadeou o sentimento. A tristeza nos permite o recolhimento e a abertura do espaço para que a dor seja melhor elaborada.

E o que é depressão?

            Depressão é um quadro clínico e que só pode ser diagnosticado por profissionais da saúde. De acordo com os manuais de classificação de doenças, pode-se identificar diferentes maneiras deste quadro se apresentar, especialmente no que diz respeito ao tempo de prevalência dos sintomas e a intensidade dos episódios. Cada uma dessas maneiras pode receber uma nomenclatura diferente.
            A tristeza é um sintoma da depressão, mas somente o é quando combinada a outros sintomas. A tristeza por si só, não configura nenhum quadro depressivo.

E quais são os demais sintomas da depressão?
             
            Na minha opinião, listar os critérios diagnósticos pode ajudar muito pouco o cliente/paciente. É importante buscar ajuda profissional diante de uma experiência vivida como dolorosa quando, sozinho, está difícil de cuidá-la. Somente o profissional poderá “fechar” um diagnóstico, porque somente para ele o diagnóstico terá algum sentido e função. No entanto, você pode se observar. Se notar algumas das características a seguir, vale a pena buscar ajuda de um profissional para cuidar de si, pois pode ser que você ainda não tenha se dado conta do quanto o sofrimento atual está te debilitando. Ainda que os sintomas não sejam suficientes para caracterizar um quadro depressivo, a psicoterapia poderá ajudá-lo a compreender-se melhor e aumentar sua qualidade de vida.
Fique atento a alterações no sono, no apetite e na libido, a falta de prazer na vida (frequentemente descrita como “ a vida perdeu a graça”), diminuição de energia, cansaço, falta de esperança, sentimentos de menos valia, tristeza frequente, crises de choro e pensamentos e desejo de morte. Estes são apenas algumas características a serem observadas e reforço que o fato de sentir uma ou muitas destas características não significa que você está num quadro depressivo. Procure um médico ou psicólogo para informar-se melhor e contar-lhe o que está acontecendo com você.

Como é o tratamento da depressão?

            Pode ser feito através da psicoterapia, do uso de medicação e da implementação de mudanças em sua rotina, como a inclusão de exercícios físicos e alimentação adequada, respeitando sempre a singularidade da pessoa em tratamento a fim de compreender o sentido dos sintomas na vida de cada pessoa. Dependendo da disponibilidade da pessoa para um processo terapêutico, do grau de comprometimento de suas atividades e, principalmente, do nível de sofrimento experienciado, é possível um tratamento sem uso de medicação, apoiado na psicoterapia. No entanto, vale a pena ressaltar, que o uso responsável da medicação pode significar uma etapa importante do tratamento. Ainda há muito preconceito com relação a doenças mentais, portanto, se você tem dúvidas e receios quanto ao tratamento, questione seu médico. Muitas vezes as pessoas desistem da medicação devido a fantasias frutos do preconceito.

            Escolha os profissionais que irão trabalhar com você de forma crítica, buscando, preferencialmente, recomendações de amigos e outros profissionais de saúde.  

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